Charles de FOUCAULD, Meu Deus, e meu tudo. José Inácio do VALE

“Entre 1897 e 1898, Charles de Foucauld escreveu as Meditações sobre as virtudes a partir dos textos do Evangelho. Eis uma passagem que trata do tema da Encarnação, como o lugar primordial da entrega do amor de Jesus”.

Tudo o que Jesus fez, ele fez por Deus, por seu amor e em obediência à sua vontade; mas com obediência a Deus, através do amor a Deus, graças à conformidade de seu coração a Deus, ele oferecia ao mesmo tempo todo momento, toda intenção de sua vida, seus pensamentos, suas palavras e suas ações para a santificação dos homens. Quanto mais ele amava a Deus, mais ele amava os homens que ele via no coração de Deus; quanto mais ele obedecia a Deus, mais ele amava os homens que Deus manda amar; quanto mais sua alma se conforma com Deus, mais ela queima com amor por todos os homens, porque Deus é amor.

… Assim, em cada instante da vida de Jesus, todos os seus pensamentos, suas palavras, suas ações – sendo oferecidos primeiramente a Deus para sua glória e realizados exclusivamente para ele, por amor a ele, em obediência à sua Em segundo lugar, todos aqueles oferecidos por Jesus para a santificação dos homens, e foram feitos para o amor dos homens, não para os homens, mas com um amor extremo dos homens e com um grande desejo de sua santificação… É com este amor, é com esse desejo que você nasceu, ou amado Jesus, ou doce Jesus-Filho, e você passou cada momento da sua vida como cada momento da sua eternidade, para que a palavra “desejo” possa ser aplicada à sua abençoada vida no céu… Todos os pensamentos, palavras, os atos de Jesus são, portanto, para nós, como exemplos de amor pelos homens, porque todos foram realizados neste amor e oferecidos a Deus para sua salvação… Ó Jesus, eu ofereço-te, como tu, ao teu Pai, a ti, ao Deus que ele é e que és todos os meus pensamentos, as minhas palavras e as minhas ações, todos os momentos da minha vida para a sua glória… Eu quero realizar tudo só para você, para o seu amor, em obediência à sua vontade… E eu os ofereço em segundo lugar para o bem, para a santificação, para a salvação de todos os homens, para você, porque eu quero amar todos eles instante da minha vida de um amor extremo, tanto quanto eu me amo, como você quer, com você, como você, obedecendo a sua vontade, para você, meu Jesus, meu amado, meu Deus e meu tudo! E oferecido a Deus por sua salvação… Ó Jesus, eu ofereço-te, como tu, ao teu Pai, a ti, ao Deus que ele é e que és todos os meus pensamentos, as minhas palavras e as minhas ações, todos os momentos da minha vida para a sua glória, seu… Eu quero realizar tudo só para você, para o seu amor, em obediência à sua vontade… E eu os ofereço em segundo lugar para o bem, para a santificação, para a salvação de todos os homens, para você, porque eu quero amar todos eles instante da minha vida de um amor extremo, tanto quanto eu me amo, como você quer, com você, como você, obedecendo a sua vontade, para você, meu Jesus, meu amado, meu Deus e meu tudo! E oferecido a Deus por sua salvação… Ó Jesus, eu ofereço-te, como tu, ao teu Pai, a ti, ao Deus que ele é e que és todos os meus pensamentos, as minhas palavras e as minhas ações, todos os momentos da minha vida para a sua glória… Eu quero realizar tudo só para você, para o seu amor, em obediência à sua vontade… E eu os ofereço em segundo lugar para o bem, para a santificação, para a salvação de todos os homens, para você, porque eu quero amar todos eles instante da minha vida de um amor extremo, tanto quanto eu me amo, como você quer, com você, como você, obedecendo a sua vontade, para você, meu Jesus, meu amado, meu Deus e meu tudo!

Refletindo

Charles de Foucauld colocou no centro da Espiritualidade de Nazaré a encarnação do Evangelho. Sua teologia é a expressão abissal do amor de Deus a humanidade e nossas ações para com todos. Tudo pelo amor e o amor é tudo. Deus é amor e nós somos amados para amar sem medida! Só na dimensão do amor a nossa vida tem sentido e transfere esse sentido pelo nosso testemunho. Viver no amor de Cristo é viver na prática do bem em prol do outro. A experiência do amor em Cristo é a eficácia da Boa Nova na alma numa configuração rica e abundantemente! Daí podemos afirmar: “Meu Jesus, meu amado, meu Deus e meu tudo!”.

A vida de Charles de Foucauld foi um entrega radical no amor a Deus. Toda sua jornada foi fundamentada na busca ardente de Deus e na comunhão amorosa praticada para com todos em ações como: viver como pobre no meio dos pobres e ajudando eles com solicitações de recursos de parentes e amigos; no deserto, pelo exemplo testemunha o Evangelho de Cristo; a prática eucarística, adoração, oração, silêncio; Escreve sobre o Evangelho e sobre a cultura local; no seu eremitério acolhe a todos. Sua vida e sua obra são tesouros que cujo legado enriquece seus discípulos simpatizantes no mundo inteiro.

Frei Inácio José do Vale, FCF
Professor, escritor, poeta e conferencista
Sociólogo em Ciências da Religião
Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas

Fontes:
Deus de misericórdia, Edizioni San Paolo, tradução de Gian Franco Freguglia.
https://vaticanoterzo.com/2016/12/07/piu-amava-dio-piu-amava-gli-uomini/#more-3607

PDF: Charles de FOUCAULD, Meu Deus, e meu tudo. José Inácio do VALE

Text 1, port., Canonização do Irmão Carlos e opção pelos pobres

FRATERNIDADE SACERDOTAL JESUS CARITAS

PREPARANDO A CANONIZAÇÃO DO IRMÃO CARLOS

TEMA 1: A CANONISAÇÃO DO IRMÃO CARLOS E NOSSA OPÇÃO PELOS POBRES

Fernando Tapia Miranda
Equipe Internacional

“A pandemia acentuou a difícil situação dos pobres e o grande desequilíbrio que reina no mundo”, disse o Papa Francisco no último 19 de agosto. E ele acrescentou: “O vírus, sem excluir ninguém, encontrou grandes desigualdades e discriminações no seu caminho devastador. E aumentou-as!

Isso significa que os pobres hoje sofrem mais do que antes, por causa da falta de assistência médica, do desemprego e da fome.

O Santo Padre reconhece que a resposta à pandemia deve ser dupla: Se por um lado, “é essencial encontrar uma cura para um pequeno mas terrível vírus que põe o mundo inteiro de joelhos”, por outro lado, acrescenta o Papa, “temos que nos curar de outro grande vírus: o da injustiça social, da desigualdade de oportunidades, da marginalização e da falta de proteção para os mais fracos”.

Esta situação nos estimula a reafirmar nossa opção evangélica pelos pobres. Francisco diz em sua catequese: “A fé, a esperança e o amor nos impelem necessariamente para esta preferência pelos mais necessitados, que vai além da pura assistência necessária. Trata-se de caminhar juntos, deixando-nos evangelizar por eles, que conhecem bem o Cristo sofredor, deixando-nos “contaminar” pela sua experiência de salvação, pela sua sabedoria e pela sua criatividade. Partilhar com os pobres significa enriquecer-nos uns aos outros. E se existirem estruturas sociais enfermas, que impedem os pobres de sonhar com um futuro, temos que trabalhar juntos para curá-las, para transformá-las” (Como não reconhecer aqui, o jeito evangelizador do Irmão Carlos?)

O Santo Padre afirma que “a pandemia é uma crise, e de uma crise nós não saímos iguais: ou saímos melhores, ou saímos piores. Devemos sair melhores, no que diz respeito às injustiças sociais e à degradação do meio ambiente.”

A canonização do Irmão Carlos acontece neste contexto e não é por acaso. Através deste acontecimento de graças, Deus quer colocar à vista de todos, um homem, um crente, um pastor, um missionário que se entregou de corpo e alma aos mais pobres e abandonados do seu tempo, os Tuaregues. Ele se fez um deles, caminhou com eles, foi evangelizado por eles. Atualmente, a santidade passa pela opção preferencial pelos pobres.

Se queremos preparar e celebrar da melhor maneira possível a canonização do Irmão Carlos, não é para glorificar o Irmão Carlos, mas para fortalecer em toda a Igreja um amor ativo e proativo pelos pequeninos, os últimos, que, atualmente é mais necessário do que nunca. O Papa afirma na Evangelii Gaudium: “Nem sempre a própria beleza do Evangelho pode ser manifestada de forma adequada por nós, mas há um sinal que nunca deverá faltar: a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade rejeita e exclui.” (EG 165)

Nós, a família espiritual do Irmão Carlos, acolhemos como uma graça o seu carisma, que recebe, além disso, neste contexto de pandemia, uma atualização e uma validação especial. Não podemos mantê-lo escondido, negligenciá-lo ou deixá-lo estéril. “Reaviva o dom de Deus que está em ti”, disse São Paulo a Timóteo. Este é o convite que nosso Irmão e Senhor Jesus nos faz hoje, para contribuir na grande renovação da Igreja que o Espírito Santo está impulsionando por meio do Papa Francisco. Portanto, temos uma grande responsabilidade. A canonização do Irmão Carlos é uma oportunidade única para progredir nesta direção.

Para reflexão e oração pessoal ou em grupo:
• Vejo uma conexão entre nossa opção pelos pobres, a renovação da Igreja impulsionada pelo Papa Francisco e a canonização do Irmão Carlos?
• Que apelo à conversão o Senhor está nos enviando, por meio dessa canonização?
• Qual será a minha contribuição para que a Canonização dê todos os frutos que o Senhor espera dela?

Santiago do Chile, 10 de setembro de 2020

PDF: Text 1, port., Canonização do Irmão Carlos e opção pelos pobres BR